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2021

v. 6, n. 2 (2021)

“Jovens Pesquisadores em Norbert Elias”

Iniciar em um campo de pesquisa já consolidado nem sempre é tarefa fácil... Em comparação aos pesquisadores estabelecidos, os iniciantes (ainda outsiders) precisam se dedicar bastante. Além de realizar muitas leituras e fichamentos, escrever textos e artigos, precisam também colocar suas ideias em circulação, dialogar com seus pares, aprender na interação saudável entre aqueles há muito tempo conhecem e pesquisam utilizando determinada teoria e o frescor dos que ainda estão tendo contato com a obra pelas primeiras vezes. Pensando nisso surgiu a ideia para o dossiê temático “Jovens pesquisadores em Norbert Elias”.

O campo de pesquisa da sociologia processual e figuracional, formado por pesquisadores que pautam seus estudos nos referenciais teóricos de Norbert Elias e autores relacionados, tem se desenvolvido no Brasil desde os anos 1990. No entanto, nos últimos anos, temos observado um crescente interesse no autor – atestado pelo aumento do número de eventos e publicações na temática. Assim, o presente dossiê teve como objetivo a promoção de um espaço interdisciplinar, onde estudantes de mestrado e de doutorado que utilizam tal referencial pudessem ampliar suas relações de interdependência com o campo de estudos eliasianos.

Trazendo suas apropriações teóricas de Elias para o debate e, também, novas abordagens a antigos problemas, os textos aqui publicados versam sobre temáticas variadas – como religião, política, velhice, organização social, educação especial e magistério –, evidenciando as múltiplas possibilidades que o referencial de Norbert Elias apresenta na problematização de fenômenos sociais em diferentes tempos e espaços. Esperamos com esse dossiê incentivar o diálogo entre jovens e experientes pesquisadores e, principalmente, estimular a adoção do referencial eliasiano por um número cada vez maior de estudiosos.

Boa leitura a todos!

Prof. Dra. Ana Flávia Braun Vieira

Prof. Dr. Miguel Archanjo de Freitas Junior

Universidade Estadual de Ponta Grossa

 

Para o pesquisador, não só o iniciante, e àqueles que irão se debruçar na leitura desse dossiê, as palavras de Norbert Elias, em Elias por Ele Mesmo, são instigantes, “Soube muito cedo o que queria fazer: queria ir para a universidade, queria ensinar e pesquisar. Soube isso desde minha infância, e trabalhei tenazmente para atingir esse objetivo, mesmo que às vezes me parecesse impossível. [...] Era uma condição sine qua non: ou eu triunfava, ou desapareceria. Não tinha certeza absoluta, naturalmente, mas não duvidava nem um pouco de que minha obra um dia seria reconhecida como contribuição de qualidade ao saber da humanidade.”  (ELIAS, 2001, p. 22,  grifo nosso, itálico no original).

Com essa convicção, Norbert Elias nos deixa um legado: Processo Civilizador (I, II); Os Alemães; Mozart: sociologia de um gênio; A sociedade dos Indivíduos; Sobre o tempo; Os estabelecidos e outsiders; A sociedade de corte; A solidão dos moribundos; Norbert Elias por ele mesmo; A condição humana; Teoria Simbólica; Introdução à Sociologia; Envolvimento e distanciamento; A peregrinação de Watteu à ilha do amor; A busca da excitação. Desses, os autores balizaram suas reflexões nos escritos deste dossiê.

Os escritos de Elias conduz o pesquisador a analisar e interpretar seu objeto de estudo é fazer as conexões e de ênfase processual/figuracional. Para Elias, tudo está em processo e nas relações de interdependência. Se quisermos entender melhor o objeto estudado, Elias sugere uma análise em retrospectiva e de longo prazo, demonstrado em sua teoria do processo civilizador.

Em Conversas sobre Norbert Elias (2005), resultado de entrevistas realizadas por Ademir Gebara com Eric Dunning, Johan Goudsblom e Stephen Mennell, Elias dizia:

‘A principal tarefa intelectual na Sociologia é sintética, e não analítica, você tem que fazer conexões entre as coisas. A principal tarefa na Sociologia não é desmembrar alguma coisa nas partes que a compõe, que é o significado de ‘análise’. O principal desafio intelectual é detectar conexões.’ (p. 75)

Na obra Processo Civilizador (I e II), revela que a sociedade ocidental, por força de coerções externas à auto coerção, foi moldando seu comportamento na forma de agir e sentir, conduzindo-a a um nível de repugnância à violência, maior autocontrole e limiar de vergonha, o controle dos impulsos e paixões. Regras de boas maneiras e etiquetas, contribuíram nessa modelagem. Nesse processo, ocorre a formação do Estado e com ele, o monopolío da violência, arrecadação dos impostos e nos obriga, como nenhuma outra instituição civilizatória, a convivência juntos. Para Norbert Elias, é fulcral a direção do processo e nesse caso, o Estado, por mecanismos de controle, tem agido sobre a forma de nos comportar e agir nas relações uns com os outros, enquanto outros entes civilizatórios enfraqueceram.

Do conjunto da obra de Elias, o pesquisador elenca categorias que irão contribuir nas reflexões sobre seu objeto de análise: processo civilizador; figuração; pronomes pessoais como modelos figuracionais; poder; individualização; diferenciação social; distanciamento; tecnização; velhice; processo social; lazer; estabelecidos e outsiders, tempo, habitus, entre outras, que estão distribuídas nos escritos que compõem este dossiê.

Norbert Elias, em sua obra Introdução à Sociologia (1970), preconiza, se queremos entender o nível de desenvolvimento de uma sociedade deve-se observar: o nível de controle sobre a natureza, o nível de controle nas relações sociais e o nível de autocontrole. A compreensão do trio dos controles básicos, ajuda na leitura do material deste dossiê e do momento em que vivemos.

Inovador em suas reflexões, Norbert Elias reconhece a contribuição de grandes pensadores alemães na sua formação e com eles, avança, como podemos ver em suas palavras, na obra Elias por Ele mesmo,  

“Ainda hoje, o papel desempenhado pela literatura alemã clássica em minha formação inicial, que se exprimia através do orgulho que eu sentia de ter esses livros e pelo fato de haver mergulhado muito cedo nessa literatura, me parece determinante. É à literatura alemã, entre outras que devo a extensão e a profundidade de minha abordagem dos problemas humanos, e isso mesmo quando comecei a compreender a insuficiência da orientação filosófico-idealista e que adotei finalmente, consagrando-me à sociologia, uma atitude crítica em relação a seu humanismo tradicional. Foi na luta contra essa falta de senso da realidade e suas consequências evidentes na própria sociologia que se desenvolveu, a meu ver, minha própria trajetória sociológica.” (ELIAS, 2001, p. 95)

Conhecedor da biografia de Norbert Elias, Adrian Jitschin, abre o dossiê mostrando ao leitor/pesquisador, como Norbert Elias estava, desde cedo, com apoio dos pais, determinado a se tornar um professor e como ele se estruturou intelectualmente  na base de grandes pensadores alemães. Jitschin, finaliza sua reflexão, dizendo: “Mas é bastante claro que Elias não poderia ter produzido sua teoria única sem um amplo estudo da ciência alemã e sua diversificada pesquisa renomada sobre a sociedade.”

No trabalho intitulado Os Brasileiros: o personagem bolsonarista e o processo descivilizador, de  Flávio Neto, Adrielle Gaio, Daniel Vasques e Mauro Myskiw, trazem uma reflexão, com base na obra Os Alemães, da postura e ações do governo atual na condução do Brasil. Os autores buscam “[...] a partir do exercício comparativo, reconhecer quais os elementos de ruptura do Processo Civilizador da configuração social brasileira do governo Bolsonaro que se interrelacioinam com elementos da configuração social da Alemanha nazista, bem como interpretar os elementos originais que respondem a um processo de longo prazo de  pedagogização barbárie no contexto brasileiro. Dessa forma, “Teoricamente, o que pode-se concluir é que o governo Bolsonaro é um retorno a um passado que formou a psicogênese de uma grande parcela da população, que atribui a esse período uma sociedade melhor. Essa formação sociogenética/psicogenética põe em tensão os avanços sociais instituídos no Brasil no período pós-militar. Deste modo, pode-se compreender o bolsonarismo como um militarismo estruturante da personalidade de uma parcela da população brasileira.”

Na leitura da obra Os Alemães, destaco a reflexão de Norbert Elias, que cabe, no momento atual, como um alerta,

A civilização a que me refiro nunca está completa, e está sempre ameaçada. Corre perigo porque a salvaguarda dos padrões mais civilizados de comportamento e sentimento em sociedade depende de condições específicas. Uma destas é o exercício de autodisciplina, relativamente estável, por cada pessoa. Isto, por sua vez, está vinculado a estruturas sociais específicas. Estas incluem o fornecimento de bens — ou seja, a manutenção do habitual padrão de vida. Incluem também, sobretudo, a resolução pacífica de conflitos intra-estatais — isto é, a pacificação social. Mas a pacificação interna de uma sociedade também está sempre correndo perigo. Ela é ameaçada por conflitos tanto sociais quanto pessoais, que são atributos normais da vida em comunidade humana — os próprios conflitos que as instituições pacificadoras estão interessadas em dominar. (ELIAS, 1997, p. 161, grifo nosso). 

No artigo Religião e processo civilizador – tentativas de estabelecer um diálogo entre Weber e Elias, de  Narayana Amstel, Carlos Júnior, Wanderley Marchi Júnior,  tecem um diálogo entre Elias e Weber, com a proposta de destarcar a função da religião no processo civilizador. Na leitura da teoria do processo civilizador, encontram lacunas deixadas por Norbert Elias em não considerar, em grau de importância, as questões metafisica nesse processo, o que os levam à críticá-lo: “No entanto, nos parece que, talvez por querer enfatizar o aspecto materialista de sua teoria do processo civilizador, Elias teria acabado por exagerar em demasia em ignorar o papel das religiões na formação de padrões de civilidade.” Na continuidade do texto vemos que, “Assim, não é possível utilizarmos uma interpretação eliasiana do processo civilizador a partir do cristianismo, pois o próprio Elias duvidaria disso: as características da religiosidade estariam atreladas ao nível de civilidade de cada contexto cultural em análise”. No entanto, é possível empreendermos conexões entre mudanças de civilidade e cristianismo a partir de uma leitura embasada em Max Weber, que reconhecia nas ações sociais orientadas por valores religiosos a possibilidade de se provocar mudanças nos indivíduos e, consequentemente, na sociedade como um todo.

Narayana Amstel, Carlos Júnior, Wanderley Marchi Júnior com suas reflexões convidam os pesquisadores a uma nova reflexão sobre a temática da religião e processos civilizacionais, ampliando as dimensões de interpretação da realidade que não considerem apenas relações sociais puramente no aspecto material da questão, ou seja, tomando em consideração as motivações metafísicas dos seres humanos.

A solidão moribunda na velhice: uma leitura da série Clickbait a partir de Norbert Elias de autoria Tatiana Siciliano, Tatiana Lopes e Valmir Moratelli, traz uma análise extraída de um fato mimético por meio de uma personagem que representa a velhice em sua solidão, a qual  busca meios de se tornar “viva” socialmente, poisNo mundo contemporâneo, não precisa estar morto biologicamente para estar, de fato, morto. Basta estar isolado para se ‘sentir’ morto.”

Em sua representação, a personagem idosa “[...] sente suas noites solitárias com a ausência de uma atividade e de uma companhia.” O que permite trazer  “[...] o questionamento de um isolamento cruel a todo indivíduo que, como se sabe, necessita do convívio em sociedade para se fazer vivo.” E, “Se a solidão é sentida cada vez mais na vida adulta, há tempos que ela persegue o indivíduo em sua velhice [...]”.

O artigo nos faz pensar em nossa constituição. Numa sociedade produtiva, o trabalho dignifica socialmente o homem e a mulher. O processo biológico, nas figurações de trabalho, vai enfraquecendo as interdependências funcionais produtivas do indivíduo que envelhece.  Por outro lado, a vida altamente ordeira leva a rotinas e essas podem se tornar monótonas. Ambos, podem conduzir ao isolamento e a solidão.

Um dos elementos do lazer, segundo Elias e Dunning, na obra A busca da Excitação (1992), é a sociabilidade. Assim, recomenda-se buscar, na esfera do lazer, em atividades miméticas, vivenciar prazerosas emoções, desobstruídas de obrigatoriedade, na companhia de outros. Isso permite um equilíbrio nas tensões do tipo sérias e não sérias. O personagem analisado encontra, também, na esfera mimética, a quebra de rotina e amplia as redes de interdependências em busca de prazerosas emoções.

No artigo A construção da sociedade de São Paulo do século XVI, de  Andreza  Vieira, Gislaine Godoy e Sezinando Menezes, destacam queNa contramão das expectativas portuguesas, a vila de Piratininga – como era chamada inicialmente São Paulo –, não caminhava na direção da construção de uma sociedade produtiva mercantil, capaz de satisfazer as exigências da Coroa.”

O artigo mostra como a dinâmica sociocultural e as pressões ecológicas da época, a sociedade São Paulo teve suas peculiaridades em sua construção. Baseado em fontes documentais, na palavra dos autores “[...] desejamos aqui comprovar que a construção daquela sociedade seguiu caminhos próprios, elaborando para si, uma consciência coletiva de sua realidade e de suas necessidades.”

Em seus achados, chegam à indução:

Portanto, a vila de São Paulo e, posteriormente, a sociedade brasileira se constituíram a partir de sua própria realidade e das relações sociais desenvolvidas ali, bem como das ações empregadas na resolução de problemas e na minimização das dificuldades de progresso; materializando aquilo que Elias denominou de Processo Civilizador (grifo nosso).

Diante ao exposto, o texto nos leva ao entendimento de que a sociedade brasileira se constituiu nessa dinâmica, mas, acima de tudo, incorporou padrões simbólicos de etiquetas, boas maneiras, entre outros atributos civilizatórios no modelo ocidental, que é comunicável, resguardando particularidades do léxico local, em toda nação. 

Norbert Elias em Teoria Simbólica elucida que a sociedade humana desenvolve símbolos para melhor se comunicar, dentre eles os mapas, particularidades de cada cidade, que serve de orientação. Nesse sentido, podemos inferir da importância da comunicação por meio de símbolos, no processo civilizador,

A comunicação por meio de símbolos, que pode variar de sociedade para sociedade, é uma das singularidades da humanidade. Fundamenta-se na organização biológica dos seres humanos. A imensa variabilidade de padrões sonoros, que os seres humanos podem produzir como meios de comunicação, é uma das condições da variabilidade das línguas. É também uma condição do crescimento do conhecimento. Sem as mudanças inovadoras dos padrões sonoros de uma língua, não seriam possíveis as mudanças inovadoras do conhecimento. Entre seres humanos, sociedades diferentes podem comunicar por meio de línguas diferentes. (ELIAS, 1994, p. 5, grifo nosso).

Assim, na dinâmica sociocultural e ecológica a sociedade brasileira se constituiu e a comunicação permitiu a transmissão e a incorporação de padrões civilizatórios no modelo ocidental.

O artigo Teoria Eliasiana e as Relações Sociais na Educação Especial Brasileira de Flávio dos Santos, Alexandre Bazilatto e Edson Pantaleão, se apropriam da concepção de figuração para desvendar as relações existentes no ambiente escolar e a constituição de grupos sociais nele inseridos, como os estudantes com deficiência.

O conceito de figuração, de Norbert Elias, expressa a relação de interdependência funcional entre os seres humanos. A assertiva de Elias nos conduz ao entendimento de que, para excluir precisa de ter o outro na relação. Não há na relação um eu, sem um ele, tu, eles ou nós.

Nesse sentido, segundo os autores, historicamente a sociedade adotou uma abordagem de exclusão/segregação (ou até negação do direito) daqueles que não se adequavam ao formato socialmente imposto.

No curso do processo civilizador, o texto mostra, um maior nível de sensibilidade ao outro/deficiente, dando-lhe maior atenção e oportunidades de ascenção social por meio da “[...] modalidade Educação Especial, garantida pela legislação no Brasil como Lei de Diretrizes e Base para Educação Nacional (LDBEN), a Política Nacional de Educação Especial (PNEE), além das possibilidades de recursos pedagógicos para minimizar as diferenças marcadas pelos fatores biológicos. Recursos como Atendimento Educacional Especializado (AEE), a utilização de tecnologias assistivas currículo e atividades adaptadas são alguns dos direitos que os estudantes PAEE têm para garantir acesso às oportunidades escolares e possivelmente oportunidades sociais.”

O Magistério na década de 1990: Civilidade e ponderação de condutas, de Luana Braz, Eliana Ferreira e Magda Sarat,  é um estudo sobre a formação docente e tem por objetivo tecer ponderações acerca de uma instituição de ensino da rede privada de Dourados e de suas práticas civilizatórias em um curso de formação de professores, no período de 1995-1998, por meio da História Oral em diálogo com a sociologia figuracional.

O texto traz um pouco da história da educação douradense e a formação de docentes. A historia de vida nos revela a necessidade e essencialidade da incorporação de conhecimentos especializados para a prática docente, acompanhado de preceitos civilizacionais para o bom comportamento do futuro professor/professora e formação habitus que se farão notar nas relações de interdependências funcionais dessa sociedade,

Semelhantes aos comandantes que tenho na polícia hoje só que sem continência. Por que, eles sempre primavam à boa educação, mas pela disciplina, cumprimento de horários, combinados, palavras, cumprimento da honra na palavra. Para mim, isso serviu um monte [...] (ALESANDRO, 2019, grifo nosso).

A Busca da Excitação, obra que Norbert Elias escreve em parceria com Eric Dunning, sustentado em seus estudos sobre o processo civilizador, foca suas reflexões em torno de uma Sociologia do Lazer. Critica o juízo de valor que coloca o trabalho em escala superior em relação ao lazer. Elias, diferentemente, coloca-os em duas esferas e mostra que tanto em uma quanto na outra, os indivíduos experimentam tensões. Porém, no trabalho, as tensões são do tipo sérias, enquanto às vividas em momento de lazer, no seu tempo livre, são desobstruídas de obrigatoriedade e que desencadeiam tensões prazerosas.

Nas sociedades ordeiras de nossa época, o grau de rotina vivida pelos indivíduos nas relações sociais, pode ser quebrado na busca de tensões e emoções prazerosas em momentos de lazer.

Por fim, aos Jovens pesquisadores em Norbert Elias, que fique registrado na esfera mnemônica a orientação, extraída da obra Conversas sobre Norbert Elias (2005), é seguir o exemplo de Norbert Elias, que conseguiu captar em sua carreira acadêmica e imbricar em sua obra, as 5 dimensões: espaço, tempo e símbolo.

Nas palavras de Eric Dunning (2005, p. 72) “Pense no que são as cinco dimensões, e lembre-se que você tem que assimilar todas elas se você tem a intenção de oferecer alguma coisa que pode ser qualificada como uma explicação social.”

Alcançar as cinco dimensões em nossos escritos é uma meta a ser perseguida e atingida. Norbert Elias, por sua convicção, determinação e o legado deixado, é uma inspiração em nosso caminhar acadêmico/profissional.

 

Boa leitura.

 

Prof. Dr. Gláucio Campos Gomes de Matos

Universidade Federal do Amazonas


v. 6, n. 1 (2021)

O cenário atual é marcado por um momento difícil para todo o mundo, que se configura pela pandemia causada pelo SARS-CoV-2, vírus que acomete os seres humanos e se desdobra na doença infecciosa Covid-19, castigando e preocupando a todos. A pandemia avançou em número elevado de mortes, mais de 6 milhões no mundo e mais de 555 mil no Brasil. No território brasileiro, em particular, esse cenário de dificuldade é ainda potencializado por uma política caracterizada pela subserviência ao mercado, por fundamentos ultraconservadores e por se mostrar pouco ou nada sensível às mazelas adensadas pela pandemia. Esse trágico momento expõe muitas famílias aos efeitos desoladores da pandemia, aos efeitos perversos da política antidemocrática e neoliberal, e, aos efeitos do abandono por parte do Estado, o qual, muitas vezes aparece envolvido em Fake News sobre a própria pandemia. Esse é um momento em que todos devemos olhar para as dificuldades vividas e avançar em prol de soluções. A ciência, de forma ainda mais direta, precisa ser muito assertiva, e, seus realizadores muito resistentes.

Prof. Dr. José Roberto Herrera Cantorani
Editor da Revista Stricto Sensu


2020

v. 5, n. 2 (2020)

A Ciência e Novo normal

A Ciência sempre fez parte da vida das pessoas, mas precisou de uma Pandemia para ganhar visibilidade e centralidade nos meios de comunicação de massa. A busca por uma vacina fez com que os noticiários dessem visibilidade ao processo de criação e validação de um produto científico. Pessoas começaram a compreender que no ambiente acadêmico para produzir algo que visa resolver um problema é necessário usar a metodologia correta, testar, validar... de maneira que o experimento possa ser reproduzido sem deixar margens para dúvidas.
Neste caso em específico foi necessário acelerar o tempo que era destinado a validação dos protocolos, porém mantendo o rígido controle dos fatores intervenientes. Isto é pesquisa científica - a busca de solução para um problema de relevância social, acadêmica e pessoal, partindo dos conhecimentos existentes que são tensionados com a prática e geram novos conhecimentos que possibilitam respostas efetivas para o problema inicial.
Muitas vezes o pesquisador acredita ter encontrado a resposta correta, mas, quando adentra no processo de socialização do conhecimento, torna-se necessário submeter o seu estudo para a análise externa. Neste momento as Revistas Científicas são as responsáveis por disseminar este conhecimento. Os editores recebem o estudo e encaminham para os pareceristas (especialistas na temática), que analisam minuciosamente o manuscrito e destacam as possíveis as fragilidades da pesquisa, esta retorna para o seu autor que só após resolver o que foi apresentado, tem o seu trabalho aceito e publicado em um periódico como este que você está lendo.
Todo este processo está dentro daquilo que convencionou-se chamar de “novo normal”. Mas o que há de novo? Para nós do mundo acadêmico quase nada, diria, que a satisfação de ver aquilo que fazemos diariamente sendo levado para toda a população e a certeza que a resolução dos grandes problemas da humanidade, passam pela ciência e estão presentes nas revistas acadêmicas.
É com a consciência de saber o papel dos periódicos científicos no Campo Acadêmico e na Sociedade como um todo, que venho respeitosamente me apresentar como o mais novo Editor da Revista Stricto Sensu. Contém conosco, pois cada vez mais a Sociedade conta e precisa de vocês!

Prof. Dr. Miguel Archanjo de Freitas Júnior
Diretor da Agência de Inovação e Propriedade Intelectual da Universidade Estadual de Ponta Grossa
Editor da Revista Stricto Sensu

v. 5, n. 1 (2020)

Qualis Referência será a nossa referência?

De forma quase que inevitável a relação entre pesquisadores e o qualis periódicos se tornou fortemente correlacionada. Um termômetro desta situação é que, para muitos pesquisadores, se tornou quase um hábito verificar a tabela de classificação do qualis periódicos antes de decidir uma revista cientifica para a publicação da sua pesquisa. Isso não acontece por acaso, já que o qualis tem um papel importante nas avaliações realizadas pela Capes aos programas de Pós-Graduação.
Um fato significativo é que o qualis periódicos não surgiu com o intuito de ser uma base indexadora de revistas científicas. Na verdade, o principal objetivo é representar um indicador de classificação da produção bibliográfica dos programas de pós-graduação, que por sua vez, são classificados por notas pela sua área de avaliação. Tradicionalmente, a tabela é dividida em uma quantidade de níveis mais altos e baixos, como um indicativo de graus da “qualidade” das revistas. A forma como ocorria a classificação das revistas era decidido por cada área de conhecimento, não sendo incomum à mesma revista dois ou mais níveis diferentes para diferentes áreas de conhecimento.
Hodiernamente, temos acompanhado a criação do chamado qualis referência, onde as revistas terão a mesma classificação, independente da área de conhecimento. Deste modo, a nova classificação das revistas aconteceria pela chamada área mãe, que seria a área que obteve o maior número de publicações nos anos anteriores, baseando-se em indicadores bibliográficos que nem sempre são os mesmos utilizados pelas áreas de conhecimento. Tudo isso gera um efeito imediato. Há vários casos de revistas que migraram para outras áreas de conhecimento, que não seja a própria área dos programas, e passam a ter uma classificação totalmente distinta, com qualis que era classificado por áreas. Em alguns casos, revistas que estavam nas classificações mais baixas passaram a ocupar posições mais altas e vice-versa, de forma repentina.
Essa alteração repentina acarreta consequências quase que imediatas e acaba alterando as escolhas de revistas para publicação, assim como afeta os editores das revistas, que buscam compreender como a classificação mudou positivamente ou não, inclusive aumentando o número de submissões de trabalhos em determinadas revistas com expectativa de aumento da classificação. Ou seja, apesar do objetivo do qualis ser classificar programas de pós-graduação, é praticamente impossível dissociar, pelo menos na sua totalidade, os efeitos que causam nas revistas.
Todos estes efeitos acontecem ainda baseados em expectativas de como serão as classificações das revistas. A divulgação oficial da classificação dos periódicos, que ocorrerá em 2021, conjuntamente com a próxima avaliação dos programas de pós-graduação. Além disso, vale ressaltar que os impactos desta nova classificação na avaliação dos programas ainda permanecem um mistério. Há de se fazer um balanço cuidadoso e imparcial dos pontos positivos e negativos que virão com o qualis referência. A correlação entre a decisão da revista com o seu qualis está em xeque, ademais de nos mostrar todas as dificuldades nas tentativas de aproximar a diversidade de conhecimento sob uma única classificação. Enfim, como indica o dito popular, estamos navegando em um barco que ainda está sendo construído, e tomará que seja para longe de tempestades.

Prof. Dr. Jose Danilo Szezech Junior
Diretor de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Ponta Grossa
Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2


2019

v. 4, n. 2 (2019)

Dos diferentes conhecimentos que o homem pode exercer, sem dúvida, o conhecimento científico é o mais intrigante.
O conhecimento científico surpreende pelo fato de ser complexo e por explorar as habilidades intelectuais de quem faz uso.
É a forma mais racional do conhecimento, obtido através de uma constatação real, por meio de experimentos ou de observações da compreensão lógica dos fatos.
O conhecimento científico produzido metodicamente é a chave para a compreensão do mundo que nos cerca e a ferramenta que permite alterar a nossa realidade.
Todavia, o conhecimento cientifico necessita da divulgação para a disseminação.

Prof. Dr. Sergio Mazurek Tebcherani
Professor Titular Livre da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Bolsista de Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora do CNPq - Nível 1B

v. 4, n. 1 (2019)

O momento científico atual no Brasil aparenta ser o mais devastador possível. Presenciamos esse ano uma seqüência de corte de verbas, bolsas e poucas aberturas de novos editais. Realmente a situação econômica não é das melhores, mas a saída, com certeza, não é a opressão à ciência. As Universidades Públicas são produtoras de mais de noventa por cento da produção científica nacional e as mudanças repentinas e pouco planejadas veio como um duro golpe aos dedicados pesquisadores em nosso país.

Docentes com vários orientados, projetos a escrever, relatórios com prazos, aulas, e, sem um aditivo financeiro extra. O pesquisador, no Brasil, faz ciência por amor, e espera que a vida gasta nos laboratórios mude pessoas, e que esses modificados, sintam a mesma vontade de continuar procurando as respostas.

A ciência sobreviverá, pois ela é feita com ideias e isso não nos falta.

Giovani Marino Favero
Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual do Centro-Oeste e Universidade Estadual de Ponta Grossa
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Estadual de Ponta Grossa


2018

v. 3, n. 2 (2018)

Big Brother Brasil, não é exatamente um programa exemplar para as famílias brasileiras e tão pouco para constar em menções de um periódico científico, mas o que ocorre no reality pode ser comparado à pesquisa científica e cabe reflexão.

A reflexão proposta aqui inicia com a reportagem divulgada pelo jornal globo.com (GLOBO, 2019, p. 1), que teve como título “Prova de Resistência Fiat Toro do BBB19 foi uma das mais longas da história”, “durou quase 25 horas e assumiu o 4º lugar no top 10”.

Na sequência a reportagem evidencia que a prova mais longa do programa deixou dois participantes em pé por 42 horas e 58 minutos no BB18 e, segundo a divulgação, acabou interrompida para “preservar a saúde dos participantes” (GLOBO, 2019, p. 1). 

Para os leitores acadêmicos que pouco conhecem as provas de resistência, o reality oferece prêmios e imunidade para o vencedor da prova, causando disputas acirradas entre os participantes.

Após esse breve introito, questiono aos leitores da Revista Stricto Sensu: Qual é o rumo da ciência e do entretenimento do nosso país? Para um pesquisador fazer ciência lícita e desenvolver medicamentos que irão proporcionar a cura de determinadas doenças ou alterar o código genético para que bebês nasçam sem o vírus HIV é necessário atender a um rigoroso Comitê de Ética em Pesquisa, no entanto, para o entretenimento é válido privar participantes de suas necessidades básicas por audiência.

Em um país em que fazer ciência é uma árdua tarefa, pois não há recursos suficientes, há cortes de bolsas de estudo em diversos níveis, redução dos investimentos em pesquisa, e tão pouco há a infraestrutura adequada, deveria prevalecer mais bom censo e menos implicações ou restrições com Comitês de Ética. Em uma comparação rudimentar com o Império Romano, basta pão e circo para manipulação das massas. No entanto, não mais em um anfiteatro romano, mas em uma telinha (com entretenimento), a política “Panem et circenses” ainda perpetua a ordem estabelecida, mantendo a plebe fiel e míope, sem valorizar o que realmente proporciona o desenvolvimento da nação: educação e pesquisa de qualidade.

Convidamos a todos para prestigiar as publicações desta edição, assim como, divulgar os resultados de suas pesquisas neste espaço destinado para a reflexão e cultura.

Profª. Drª. Claudia Tania Picinin
Docente do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Bolsista de Produtividade da Fundação Araucária
Editora da Revista Stricto Sensu

 

v. 3, n. 1 (2018)

Entre certezas e incertezas

Vivemos em nosso país um momento de muitas incertezas. Recentemente tivemos uma das mais disputadas campanhas eleitorais da nossa história, a qual nos trouxe uma novidade – a presença das redes sociais como elemento fulcral na definição das paixões políticas.
Porém, mesmo diante de tantas incertezas decorrentes de um cenário duvidoso, uma certeza permanece para quem está no mundo acadêmico, a reflexão crítica que leva a produção do conhecimento não pode parar nunca. Até porque ela é uma das principais responsáveis pelas novas descobertas e pela possibilidade de subsidiar outros olhares e respostas a problemas nem sempre novos.
Por isso, o lançamento de um novo número de uma revista científica é algo a ser comemorado com euforia. Trata-se de mais um momento em que a comunidade acadêmica rompe ao isolamento dos laboratórios, livros, teses... tão presentes e necessários no processo de construção de nossas pesquisas e neste momento apresenta para a sociedade da qual é tributária a materialização de novos conhecimentos e à divulgação do resultado do esforço, que, se não fosse por periódicos como este, ficaria circunscrito a um número reduzido de leitores, pois ainda não conseguimos fazer com que as pessoas se interessem pela produção acadêmica na mesma intensidade que elas se interessam pelas Fake News.
Desejo que a leitura desta revista seja proveitosa, pois temos certeza que aprender é algo fundamental e necessário em qualquer momento histórico.

Prof. Dr. Miguel Archanjo de Freitas Júnior
Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de Ponta Grossa


2017

v. 2, n. 2 (2017)

2017: um ano de conquistas

Prezados autores. É com grande satisfação que publicamos o quarto número da Revista Stricto Sensu, e dispondo de várias novidades.
A primeira diz respeito à implantação o Digital Object Identifier (DOI) na Revista Stricto Sensu, tendo sido realizada a atribuição do DOI para todos os artigos publicados na Revista Stricto Sensu, incluso edições anteriores.
A segunda diz respeito à inclusão da Revista Stricto Sensu ao sistema Qualis, da Coodenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), estando classificada nos estratos B4 na área Administração e B5 nas áreas Interdisciplinar e Engenharias III.
A terceira diz respeito à indexação da Revista Stricto Sensu no Portal de Periódicos da CAPES, uma conceituada, importante e difusa base de dados para a comunidade científica brasileira.
Haja vista o agraciamento com tais conquistas, resumo a minha visão na seguinte frase: parece que estamos rumando para o caminho certo.
Agradecemos a todos pela confiança depositada na revista e parabenizamos-vos por essas conquistas, que não seriam obtidas sem vocês. Nessa oportunidade, reiteramos o agradecimento à vossa preferência pela nossa revista, e permanecemos na expectativa de recebermos novas contribuições da vossa autoria.

Atenciosamente,

Prof. Dr. Bruno Pedroso
Editor-chefe da Revista Stricto Sensu

v. 2, n. 1 (2017)

À classe pesquisadores-escritores: escritos que não são lidos

A quantidade e qualidade da produção científica proporciona reconhecimento social e funciona como câmbio, pois para a mudança de nível na carreira docente utiliza-se como pontuação. Algumas universidades particulares também utilizam a produção científica como critério para a progressão salarial. Assim, a produção científica torna-se naturalmente um desejo e uma necessidade do pesquisador, que divulga suas descobertas em número de trabalhos compatível com o preconizado pelos programas de pós-graduação e órgãos de fomento. No Brasil, a produção científica também serve para medir a ciência e atribuir mérito aos pesquisadores e universidades.
De acordo com os métodos de avaliação empregados pelas agências de fomento para medir a produtividade dos programas de pós-graduação e os próprios pesquisadores, muitas vezes o processo se torna deteriorado, pois os docentes são conduzidos a somente comunicar os resultados de suas pesquisas científicas ao invés de efetivamente ler e internalizar conhecimento.
Não se pode ser generalista, mas em grande proporção, os pesquisadores têm se tornado simplesmente um escritor, uma vez que, diante do sistema de avaliação da pós-graduação vigente, a figura do docente foi minimizada diante da figura do pesquisador, que publica artigos em revistas indexadas (em Qualis Capes ou JCR) para posteriormente serem lidos por algum ou nenhum pesquisador.
O termo “Homo Lattes” traduz uma comunidade de pesquisadores preocupados em divulgar os resultados das suas pesquisas e que não lê com tanta profundidade para escrever seus textos. Diante do exposto, convidamos você (pesquisador, escritor e leitor) para apreciar a publicação da nova edição da Revista Stricto Sensu, dedicando alguns instantes para uma profunda leitura em dois temas centrais (i) área da saúde (contemplando artigos sobre o futebol feminino; comportamentos de tenistas em competições amadoras; e qualidade de vida de tenistas de cadeira de rodas); (ii) área alimentícia (contemplando artigos sobre a cadeia produtiva de feijão; e caracterização do iogurte).

Boa leitura a todos!

Profa. Dra. Claudia Tania Picinin
Editora da Revista Stricto Sensu


2016

v. 1, n. 2 (2016)

É com satisfação que colocamos no ar a publicação da edição n. 2 da Revista Stricto Sensu, periódico semestral e multidisciplinar. Os artigos seguem o padrão de qualidade e a pluralidade de representações institucionais pretendidos pela Revista.
Essa segunda edição também reafirma a atenção ao quesito qualitativo em relação aos conteúdos, trazendo artigos que versam sobre temas atuais e de interesse de diferentes áreas.
Com foco nessa atenção, os artigos passaram pela avaliação de nossos pareceristas ad hoc, doutores, especialistas nas respectivas temáticas dos artigos submetidos. Aferir qualidade nas edições muitas vezes significa rejeitar uma parte dos artigos submetidos. Acrescentamos, no entanto, que o parecer negativo não significa dizer que o estudo não oferece nenhuma condição de publicação, mas, que na forma como se encontra o artigo naquele momento, não correspondeu às expectativas da revista ou de seus pareceristas, envolvidos com a pretensão conjunta de elevar o nível das edições e, consequentemente, o qualis da Revista Stricto Sensu.
Esperamos compreensão dos pesquisadores e reafirmamos o desejo de que tais estudos tenham os seus textos aprimorados a partir das avaliações, podendo, inclusive, ser encaminhados para uma nova submissão a esta Revista, ou a outras.
Buscamos, dessa forma, oferecer a segurança para aqueles que têm confiado nesta Revista. E reafirmamos que há um esforço em contribuir não apenas para a quantificação das possibilidades de divulgação dos resultados das pesquisas realizadas nos programas Stricto Sensu, mas, também para a qualificação dessa divulgação.

Desejamos a tod@s uma (nova) boa leitura!

Prof. Dr. José Roberto Herrera Cantorani
Editor da Revista Stricto Sensu

v. 1, n. 1 (2016)

Quem vê Qualis não vê coração (ou não?)

Em um meio aonde a qualidade dos pesquisadores é aferida a partir das suas publicações, é difícil alguém se propor a despender tempo para produção de um material a ser “desovado” em um periódico não classificado no Qualis. É um investimento de risco. É apostar na “zebra”.
Não mais publicamos aonde queremos, mas sim, aonde querem que publiquemos. Mas, por outro lado, assumir riscos faz parte do jogo. O processo de construção é moroso e depende de uma legião de “apostadores” não imediatistas que oportunizam aos periódicos emergentes, em meio ao voraz cenário da pós-graduação stricto-sensu brasileira, em coexistir com periódicos já consolidados, de renome e de excelência.
Nessa primeira edição, trazemos cinco trabalhos oriundos de diferentes programas de pós-graduação stricto-sensu das regiões sul e sudeste do Brasil, oportunidade em que aproveitamos para externar o mais sincero agradecimento aos pesquisadores que nos deram esse voto de confiança e apostam no trabalho da equipe da Revista Stricto Sensu.
Não podemos prometer que a Revista Stricto Sensu constará na próxima atualização do Qualis e nem em atualizações posteriores deste. O que está ao nosso alcance é prometer que não serão medidos esforços para que isso ocorra, por meio de ampla divulgação, seriedade e imparcialidade no processo de seleção dos artigos de composição às suas edições e compromisso de continuidade desse trabalho. Isso nós podemos garantir.
Reiteramos o agradecimento aos que materializaram essa edição inaugural da Revista Stricto Sensu, e, acima de tudo, fazemos votos para que lograstes êxito na vossa aposta.

Prof. Dr. Bruno Pedroso
Editor-chefe da Revista Stricto Sensu


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